terça-feira, 19 de outubro de 2010

Campanha “eleitoral?”

Por Damásio Dias

Lamentar os rumos que a disputa pelos mandatos eletivos de presidente da República e, consequentemente, de governador nos redutos ainda indefinidos, este ano. Enquanto a campanha de presidenciáveis se arrasta entre a discussão sobre o que meu padrinho fez e o que eu vou fazer, nos estados a disputa gira em torno do “bem” e do “mal”.
Religiosos se alternam nas tribunas para pedir voto neste ou naquele candidato, sob a bandeira de quem é a favor ou contra o aborto, a liberdade de culto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ora, todos esses temas são importantes para o debate, porém, não está em jogo a administração de um igreja, seita ou casa de “mãe Joana”, é o destino de um país que tem cerca de 192 milhões de pessoas. Nesse contingente, são várias raças, confissões religiosas e características diversas – vai muito além da questão religiosa, mesmo porquê sabemos que a maioria das pessoas que dizem ser católicos, por exemplo, só lembram de faze o sinal da cruz e rezar um Pai Nosso quando passam em frente a cemitério ou igreja.
Assistimos as entrevistas, discursos da campanha gratuita e nos debates apenas o velho lenga-lenga: “você fez isso, deixou de atender aquilo e está mentindo”. Esse povo deve se preocupar mais em conhecer as pessoas que devem votar para corresponder às suas expectativas. Percebo essa campanha eleitoral como uma reprodução de programas populescos de TV que valorizam os conflitos e a exposição da miséria humana.
Os candidatos deveriam estar mais preocupados com as propostas de trabalho, projetos e solução de conflitos, não gerar ou dar sequência a eles para o benefício próprio. Nesse trem, os corruptos e corruptores vão ganhando espaço, fazendo o leilão de apoios: hoje fulano está com este, amanhã com o outro, depois volta e rompe de novo. É assim que eles dão sentido ao termo partido: é cada um por si, apenas.
Na Paraíba, é uma história de que candidato A vendeu a alma pro diabo, que reverencia os cultos da magia negra. No outro lado, o candidato B é comparado a um ditador que não respeita a humanidade. Cadê as propostas? Nos debates, são acusações de lado a lado, com um desfile de idéias criadas por assessores para impressionar o eleitorado. Quando eles não funcionam, acontece do candidato passar a maior vergonha, demonstrando a fragilidade de conhecimento. Em outro caso, transparece a arrogância de quem pensa saber tudo e não gosta de ser questionado. Eita, que esse troço já está fedendo. Que chegue logo o dia 31 pra acabar com essa disputa feia e antiga.

sábado, 5 de junho de 2010

Seja feliz conhecendo os próprios limites

O ciclo junino está começando com a abertura das festas, ditas em homenagem aos três santos da Igreja Católica: Antônio, João e Pedro . Na prática, o que se vê são referências ao consumo e à diversão sem limites, inclusive do próprio corpo, com a convocação para maratona de forró, beber de tudo e comer até não agüentar mais.
Não queiram confundir meu comentário com uma reprovação da alegria, da festa e da confraternização entre as pessoas. Trata apenas de uma observação de que todos temos os nossos limites, devemos estar cientes dessa realidade. “Conhecer a si próprio é um dever de cada um que pensa no bem dos outros”. Se você está disposto a sair com os amigos que adoram beber tudo e um pouco mais, avalie o próprio limite para não querer ir junto com muita ‘sede ao copo’. Seja amigo, mantenha o autocontrole. Alguém precisa levar os outros para casa em segurança.
As campanhas de conscientização com o selo de paz no trânsito ou outra coisa assim que só ficam no discurso e nas calçadas com panfletos jogados ao vento são várias. Uns dizem que precisava apertar mais no bolso de quem comete a loucura de sair dirigindo embriagado, outros pedem cadeia para quem for flagrado. Eu defendo as duas punições, porém, quem vai prender? Quem vai multar? A fiscalização está restrita a campanhas e operações com dia e hora para acabar.
Precisamos de pessoas educadas para os próprios limites – do corpo, da mente, financeiro, daí por diante. O interessante é que ouvimos muitos pais, grandes responsáveis pelo desequilíbrio humano, afirmando que impõem limites aos filhos para que eles cresçam boas pessoas, honestas, saudáveis e blá, blá, blá... Em algumas famílias, enquanto dependentes financeiramente, os filhos seguem a cartilha. Quando conseguem a independência financeira, tchau limites. “O dinheiro é meu”, “sou maior de idade”, “não preciso mais seguir suas ordens”.
Isso só demonstra que as pessoas não estão sendo educadas para conhecer os seus limites. Elas são reprimidas e incentivadas a, quando liberadas de certas obrigações, colocar esses limites à prova. “Conhecer as próprias limitações não quer dizer correr contra o tempo cronometrado, beber até cair, ficar sem dormir ou se drogar para saber até onde agüenta. Tem que avaliar os sinais surgidos ao longo do caminho para saber se dá para ir até o final, como e quando chegar lá”.
Fique atento! Nós podemos tudo que esteja dentro das nossas possibilidades. Não se retraia diante de falsas limitações, procure conhecer todo o seu potencial, sem precisar morrer por causa disso. Seja feliz!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Viver de sonhos é possível?

O bairro de Mandacaru, na Zona Norte de João Pessoa, vive há muito tempo com estigma de “terra de bandidos”. Nos últimos meses, passou a ser o mais violento da Capital, com tiroteios constantes, assassinatos, briga de gangs e tragédias familiares. Para alguns, enquanto se matava ‘bandido’, não havia nada a ser feito, “eles resolvem entre eles, isso é coisa da bandidagem que é grande por lá”. Vieram as vítimas de balas perdidas, da queima de arquivo e de assaltos em série. A polícia, então, decidiu ‘asfixiar’ o crime. Deu certo! Uhu! Só que por alguns dias e a onda veio ainda mais forte. Quem pode parar?

Para as crianças que crescem no bairro de Mandacaru, o sonho de mudar de vida, saindo da pobreza que atinge maioria, é algo cada vez mais distante. Quando não são vítimas da violência na própria comunidade, as oportunidades que surgem de mudança nem de perto se assemelham à roupa de marca, veículos e dinheiro para curtir com amigos que os colegas que assumiram lugar no exército do tráfico.

Como convencer alguém que está no início da formação moral de que seguir as leis e ser honesto vale mais a pena do que pegar um punhado de “pedras de crack” para vender na escola ou na ponta de uma esquina. Quem consegue?

No início desta semana, o desejo de ser do bem da garotada de Mandacaru sofreu mais um sério baque com a confirmação da morte de um “garoto” que ousou sonhar em ser bom, ser um “homem da lei”. Cansado de ver a violência na vizinhança, Joeliton Carneiro (Soldado Carneiro) assumiu o lugar nas fileiras da Polícia Militar da Paraíba. Foram 4 meses de glória para quem realizava o sonho de ser policial. Mas, os bandidos venceram mais uma. Tiraram a vida de quem agia para preservar vidas. Lamentar, lamentar e lamentar o fim!

Ao receber a notícia da morte do policial, que passou quase uma semana lutando para permanecer vivo, me lembrei do tempo em que era criança e passava os finais de semana na casa de meus tios. Era o mesmo bairro de Mandacaru, na década de 1980 (Joeliton nasceu naquele período), e a pobreza já estava presente na vida de muitas pessoas, a violência, porém, permanecia na falta de oportunidades.

Hoje, a luta é por riqueza e espaço para dominar – as quadrilhas dominam. Ah, que saudades eu tenho e acredito que muitos garotos da minha época têm do tempo em que o termo “quadrilhas” em Mandacaru significa as gloriosas evoluções do período junino. Só saudades nos restam! E o sonho de paz!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Faça algo para mudar o clima

A década iniciou numa velocidade vertiginosa... já estamos no meio de janeiro. O Nordeste voltou a tremer com terremotos, logo depois foi a América Central. No meio disso, muitas pessoas devem estar se perguntando: é sinal de que algo precisa mudar?

Após discussões que não deram em nada sobre clima, na ainda fria Copenhagen, o Planeta demonstra que a "Mãe Natureza" não está nada contente com o que seus "filhinhos" mal educados estão fazendo. Não há espaço em que se ande no qual não possamos ver o sinal preocupante da falta de educação e, o pior, de respeito a si próprio demonstrado pelas pessoas que não mexem sequer um fio de grama para mudar.

Hoje, pela manhã, acordei com um calor daqueles, apesar do ar-condicionado estar ligado. Pensei: será a andropausa que imaginava ver só após os entas da vida! Não era o clima quente já no início do dia que os equipamentos eletro-eletrônicos não dão conta de evitar e ainda colaboram para piorar.

Mal cheguei ao ponto de ônibus, por volta das 6h, percebi que já tinha suor na testa. Você pode até dizer: que cara sedentário da peste. Não, acho que sou isso não. Era apenas o sol que já brilhava e a brisa da manhã fez greve enquanto me deslocava de casa para o ponto de ônibus, nos 200 metros que caminho diariamente.

Voltando ao clima. Vamos fazer algo para mudar esse aquecimento global para não termos de pagar com o suor do próprio corpo a conta dessa falta de educação.