Texto publicado na coluna "Panorama Político", no jornal A União (02/08/2011)
Dizem que após ser picado pelo bichinho da política ninguém consegue mais se livrar do ofício. Nem mesmo quem passa por dificuldades, baques e escaladas íngremes e pancadas de toda sorte.
Esse germe, bem contagioso, volta a se manifestar numa das figuras mais valorosas do cenário político da Paraíba. Não é conta de mentiroso, mas, sete anos após se dizer decepcionada e se autoexilar, a ex-prefeita de Campina Grande, Cozete Barbosa, admite retornar à vida pública.
Na época, pertencente aos quadros do Partido dos Trabalhadores, Cozete teve o nome envolvido em denúncia de emitir cheques sem fundos e desvio de recursos federais. Ela teve de responder a mais de 80 processos. Após sua saída da Prefeitura, em janeiro de 2005, ela teve de enfrentar processo de expulsão do partido, o que acabou se confirmando.
Foi uma cisão bastante dolorosa para a militante que teve participação ativa na vida do partido, que por muito tempo levantou bandeiras em favor dos trabalhadores e das chamadas ‘minorias’. Hoje, se fala de inclusão, até mesmo dos excluídos da política. Por que não, quem tem serviços prestados?
Agora, Cozete Barbosa deve voltar à cena política através do Partido Social Cristão (PSC), presidido no Estado pelo suplente de senador Marcondes Gadelha e Guilherme Almeida, no Município de Campina Grande.
A volta deverá ser na disputa para uma vaga na Câmara Municipal. Como bandeira, ela deve empunhar a defesa das mulheres e dos homossexuais, que na sua visão, perderam espaço no Legislativo Municipal nos últimos anos. "Posso contribuir para quebrar este silêncio na Câmara", afirmou.
Comentando o quadro político no seu município, a ex-prefeita disse que Guilherme Almeida tem potencial eleitoral e serviços prestados para pleitear a cadeira de prefeito. Ela destaca sua passagem pelos cargos de vereador, secretário municipal e deputado estadual como força para entrar bem na disputa do próximo ano.
Na conversa que teve com jornalistas, esta semana, Cozete também não poupou críticas ao seu antigo partido. Ao ser questionada se guardava saudades do PT, ela afirmou: "Do antigo PT, quando entrei, tenho saudade. Do atual, tenho vergonha. Um partido que me expulsa sem nenhuma prova e deixa Antonio Palloci em seus quadros não pode ser levado a sério".
Pois é, quem sabe, nunca deixa de fazer política. Dentro da atual conjuntura política paraibana e brasileira, nunca é demais ter pessoas com capacidade de discutir temas importantes.
Apesar dos problemas enfrentados no passado, Cozete pode contribuir com o debate de temas relevantes e emprestar sua capacidade crítica na construção de um quadro menos cômodo ou acomodado, como se manifestam certas correntes. Justiça é Justiça. Lá são outros 500...
terça-feira, 2 de agosto de 2011
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